E a capacidade do auto-entusiasmo

Eu vinha de uma fase muito animada. Estava curtindo, vivendo naquele universo paralelo bom demais, local em que nos transformamos, por curto porém valioso espaço de tempo, em não se preocupar em acordar cedo depois de uma balada numa quinta-feira.
Aí, certo dia, desanimei. É que às vezes a gente fica assim por causa de hormônios, às vezes por causa do trabalho e às vezes por qualquer outra coisa que simplesmente não sabemos de onde vem. Fui dormir meio puta com as coisas, comigo, com os outros. Mas... acordei cedo e voltei a mim. É que há alguns meses desenvolvi uma forma muito bem sucedida de não deprimir: descobri que sou eu mesma a pessoa com maior capacidade para me animar.
Temos uma capacidade de auto-entusiasmo gigante, mas pouca gente sente e/ou sabe disso. O que precisamos desenvolver é o melhor jeito de promover isso. Nem que seja pra sonhar com um projeto super pro futuro, como uma viagem legal, uma reforma na casa (ou na vida mesmo) ou um trabalho novo.
Acho que tudo que eu invento de fazer na minha vida tem uma relação com essa coisa de eu precisar viciadamente de auto-entusiasmo (faculdade , curso de algo, etc). Não são, por exemplo, as minhas amigas que me entusiasmam pra sair; sou eu quem fica entusiasmada comigo mesma por saber que há a possibilidade de um programa divertido com elas, porque eu o batizo como divertido desde o instante em que ele nasce. Só de saber que tenho um programa marcado pra um dia X, isso já me dá um entusiasmozinho. Já quando eu não estou no pique, fico entusiasmada com a idéia de passar na vídeo locadora, pegar um filme e assisti-lo sozinha em casa, comendo pipoca doce. Senão, sento à frente do computador. Lá sim há um mundo infinito. Redecoro minha página no Orkut, investigo as páginas alheias, faço download de músicas, escrevo textos como esse aqui.
Enfim, isso tudo. Quando a gente não tem essas coisas que a gente mesma faz por nós a vida fica meio chata. Ontem, quando fiquei desaminada por estar assistindo a novela Paraíso (que péssimo isso) e suas historias de amor sem fim, com minha amiga, deitada no tapete e cobrindo a minha orelha com o cabelo por causa do frio, pensei nos vários motivos pra estar daquele jeito, tão jururu. Várias coisas, sabe? Enfim ... não quero citar agora !
Mas, mesmo com tudo isso, não posso reclamar de desânimo. Minha vida é boa, tenho um bom emprego, faço sempre o que tenho vontade. Minhas amigas são fofas, minha família é mil. Meu cabelo, apesar deu não preocupar muito, está hidratado, brilhante. E eu sempre posso ficar bêbada com uma garrafa de vodka e ouvir música até tarde na minha casa, ou até mesmo no meu serviço.
Não me deixo desanimar. Provavelmente quando acontece é só hormônio mesmo, mas não deixo mesmo assim. Penso no cachorro que um dia eu quero ter, em outras habilidades que tenho e que poderia usar na vida, em fazer aula de qualquer coisa, em cozinhar, em decorar meu quarto, em fazer cursos, em criar novos modelos com as roupas eu já tenho, em fazer caminhada com as amigas, em escrever, qualquer coisa, qualquer coisa que pintar na cabeça.
Isso é o auto-entusiasmo. Esse é o meu auto-conselho. É a minha forma de viver bem. Bem comigo mesma e bem com o mundo !

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